Mesmo contando com toda a máquina estadual a seu favor o Coronel Brandão sabe que é muito difícil sair vitorioso nessas eleições. Sua melhor – e talvez única – possibilidade seria vencer no primeiro turno por conta da divisão dos votos entre os candidatos de oposição. Daí o investimento de Brandão na campanha de Lahesio Bonfim, por exemplo.
O problema é que o neto do Coronel Lili e filho do Coronel Orleans não deslanchou. É pesado demais até mesmo pra Flávio Dino e Lula fazerem subir. Acontece que ele não é desse campo político, não empolga a militância, não é da confiança de ninguém, já esteve umbilicalmente ligado aos Sarney.
Por outro lado, o eleitor mais conservador, que vota em Lahesio e Edivaldo Jr, também não vota em Brandão, justamente por se juntar a Lula, Flavio Dino e todos os “comunistas” do grupo. Taí a sinuca de bico: Brandão não tem o apoio empolgado da esquerda e nem dos conservadores. Está em uma espécie de limbo, o que vai complicar muito sua situação no segundo turno.
Vejamos: Brandão torce para que Lula não vença no primeiro turno, pois sabe que a militância lulista vai guardar as bandeiras caso isso aconteça e talvez até migrar votos para Weverton Rocha, que tem um histórico de caminhada mais próximo a Lula. Mas, caso haja segundo turno nas eleições nacionais, Brandão também teme que a polarização faça com que os votos de Lahesio e Edivaldo Jr migrem para Weverton Rocha, por conta do antipetismo que é mais forte entre o eleitorado conservador, sobretudo os evangélicos.
Essa equação está tirando o sono e causando séria crise nos porões do Palácio dos Leões. Os marqueteiros estão divididos e não sabem o que fazer no segundo turno. Apostaram tudo na vitória de Brandão no primeiro turno, incentivando a divisão dos votos da oposição. Não deu certo e vai haver segundo turno. E os votos de Lahesio e Edivaldo Jr tendem a ir para Weverton Rocha.